terça-feira, 22 de junho de 2010

O seu a seu dono, sff!

A Associação de Futebol de Castelo Branco realizou pelo segundo ano consecutivo a Gala do futebol (e futsal) distrital. A Gala não deveria ser apelidada de “futebol”, até porque, premeia e distingue modalidades que não só o futebol. Distingue também o futsal, a arbitragem e também, e nunca menos importante, a classe dirigente do desporto. Seria assim (digo eu), uma designação a rever. Excluindo este pequeno detalhe, que para as gentes do futsal é um “pormaior”, é agradável e bonito reunir gente que durante épocas desportivas trabalha no anonimato, se conhecem de jornais, sites e entrevistas, e têm oportunidade de se conhecerem pessoalmente, trocando impressões, partilhando ideias e reconhecendo competências. Por isso, e pela atitude congregadora da A.F.C.B., os meus parabéns pela repetição da iniciativa, que oportunamente dirigi ao seu Presidente.

Quanto às nomeações e às devidas distinções, como disse o Presidente da A.F.C.B., “as nomeações serão sempre polémicas e alvo da sua crítica” (construtiva ou destrutiva em função de interesses pessoais, colectivos e desportivos). Não me compete a mim opinar sobre nomeações ou distinções atribuídas, mas sinto-me no dever desportivo de repor no seu devido lugar, algumas atribuições, apenas e só porque conheço melhor que qualquer um, a razão pela qual transmito estas considerações. No futsal feminino, para a melhor atleta do ano, eram nomeadas Rute Duarte e Cátia Morgado da AD Estação, e Mafalda do Bairro do Cansado. Até aqui, com menor ou maior concordância, estaremos minimamente de acordo. Daqui para a frente, a decisão a adoptar tem que ter critério mais rigorosos e sobretudo, critérios de facto. Rute Duarte é, não tenhamos a menor dúvida, uma das melhores atletas de futsal feminino de Portugal. Internacional e com inúmeros títulos conquistados, é uma capitã exemplar! Cátia Morgado, uma jovem atleta de apenas 20 anos de idade e com dois anos de prática regular de futsal feminino, é bi-campeã distrital e vice-campeã mundial de futsal feminino universitário e esta época desportiva foi um exemplo para as restantes praticantes da modalidade, pela entrega, dedicação, qualidade e ambição, a juntar ao rendimento desportivo que esta época apresentou. Não desvalorizando nenhuma das outras 13 atletas que com ela trabalharam (Joana Santos, Sara Coelho, Sofia Ferreira, Catarina Rondão, Carolina David, Rute Duarte, Daniela Gaspar, Margarida Morão, Ana Vanessa, Vanessa Nunes, Rita Curto, Cláudia Fortunato e Liliana Soares), esta distinção merecia ter sido entregue, publicamente, a Cátia Morgado. E digo publicamente porque Rute Duarte, demonstrando toda a sua categoria social e desportiva, apenas ao alcance de uma enorme capitã, após saber a atribuição do prémio, de pronto disse “Eu? Era pra Cátia, ela fez uma boa época e merecia”. Notável, a atitude humilde da Rute e a modéstia de Cátia em aceitar a distinção à nossa capitã! As duas conscientes que sem as restantes, o clube e todo o departamento de futsal, nada disto seria possível e as minhas palavras não faziam sentido nenhum! É por isto, e por muito mais que não se vê nem se ouve, apenas se sente e se transmite, que é um orgulho enorme liderar estas atletas!

REFERÊNCIAS:

1. Uma palavra de felicitação e gratidão a Manuel Ribeiro, distinguido com o Troféu Prestígio na Gala AFCB. Foi um enorme prazer e uma constante lição de vida desportiva ter trabalho com ele no Gabinete Técnico da A.F.C.B. Bem-haja e muitos parabéns! O seu a seu dono!

2. Sete zero à segunda jornada de um campeonato do mundo de futebol é digno de entrar na história. Portugal conquistou uma boa vitória mas é “apenas” isso, uma vitória e três pontos! A segunda fase está perto e daí em diante, qualquer selecção pode ambicionar a mais. São noventa minutos de futebol, (ou cento e vinte e até com pontapés da marca de grande penalidade), e com esforço, dedicação, qualidade e organização, tudo é possível! Coragem e ambição!

3. Ronaldo mostrou o carácter de um grande “capitão”. Após receber o prémio MVP do jogo Portugal – Coreia disse “Não sei se foi justo. O Tiago jogou melhor que eu. Fez dois golos e uma assistência”. Após o jogo, o capitão da Selecção Nacional decidiu entregar o prémio a Tiago, por entender que o colega merecia tal distinção. “Tive uma surpresa no balneário. O Cristiano dedicou-me e ofereceu-me o prémio. É uma grande atitude”, disse Tiago após o jogo.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

África nossa (I)

A estreia da nossa selecção todos sabem quando é. Por isso, não se torna necessário dizer que é hoje, terça-feira, às 15h00 em Port Elizabeth, na África do Sul. Enquanto isso, o Mundial propriamente dito começou. Aquele em que o jogo é o auge e tudo o que o envolve passa para segundo plano. Tudo, à excepção das vuvuzelas e do seu som característico, que nos entra em casa pela TV e nos ouvidos como se fossem abelhas. Não mordem nem picam, mas chateiam. Parecem moscas!

Dia 1 do Mundial – África do Sul 1 México 1. Grande jogo de ordem organizacional e táctico-estratégica durante os primeiros 60 minutos. Dos 60 aos 93, o jogo foi mais emocional que racional, típico de mundial em dia de abertura, com muita desorganização ofensiva a permitir inúmeras transições. Mas primeiro, o que o jogo teve de mais bonito. Bons momentos organizacionais do México, com “metamorfoses” tácticas com bola e sem bola. Sem bola a última linha defensiva era composta por 4 jogadores, com bola os dois defesas laterais subiam linhas e o médio defensivo (#4 Marquez) baixava para a linha dos dois centrais, originando um 3.4.3. Após o nulo ao intervalo, o experiente Parreira deu o rebuçado a Aguirre e com uma equilibrada organização defensiva, os sul africanos foram muito fortes na transição ofensiva, originando desse momento um golo (grande golo) e várias oportunidades não concretizadas. O México aproveitou um erro individual de um sul africano para empatar (a defesa subiu e ele ficou, colocando em jogo 3 mexicanos), um jogo que se tornou demasiado desorganizado com o passar do tempo, associado talvez ao desgaste emocional provocado pela ansiedade da estreia no Mundial. Uruguai 0 França 0. Quando a tensão pelo jogo ocupa o lugar da imaginação e da correcta tomada de decisão, sobra transpiração e o jogo torna-se pouco interessante. Tivemos aqui um bom exemplo de como mais importante que a disposição táctica inicial de cada equipa (Uruguai 4.4.2, França 4.3.3) é a sua dinâmica individual, colectiva e posicional. Houve ingredientes mas foram mal cozinhados e com isso, o Grupo A acaba a 1ª jornada como começou – tudo empatado.

Dia 2 do Mundial – Coreia do Sul 2 Grécia 0. Quando a organização defensiva não se sobrepõe à ofensiva, a Grécia não vence. Os gregos defendem bem, mas melhor quando estão em vantagem no marcador, porque em desvantagem perdem algum equilíbrio em ataque organizado e posteriormente na transição defensiva. Os Coreanos, bem organizados e com transições a fazer lembrar os tempos de Guus Hiddink (sem condução, em progressão e com enorme disponibilidade física e numérica), demonstram que futebol organizado, rápido e atractivo não é só na Europa, África ou América. Argentina 1 Nigéria 0. O jogo teve tanto de brilhante como de suspense. A Argentina podia ter ganho confortavelmente e a Nigéria podia ter empatado. É assim o resultado no futebol. Vitória empate e derrota, em certos jogos, andam muito próximos, quase de mãos dadas. Para um grande Messi um enorme Enyema (gr nigeriano). Pelo que vimos, a Argentina vai dar que falar. Parece explicada a convocatória do trintão Véron. Diego Armando Maradona precisa alguém dentro de campo que saiba o que fazer, como fazer, quando fazer e o que dizer a Maradona sobre o que se está a passar. Por isso me faz alguma confusão a não convocatória de Cambiasso e Zanetti. Inglaterra 1 EUA 1. Uns ingleses consistentes mas lentamente persistentes e um gr amigo ditaram um empate amargo para ingleses e saboroso para americanos. O americano Tim Howard (gr) que joga em Inglaterra foi, naturalmente, o melhor em campo, o que significa qualidade defensiva individual e colectiva americana e qualidade ofensiva individual e colectiva inglesa. Perante duas equipas bem organizadas, devem estar aqui as duas equipas a passar. Provavelmente.

Dia 3 do Mundial – Argélia 0 Eslovénia 1. Atrevia-me a dizer que estas duas equipas não ganhavam a ninguém, mas Chaouchi (gr argelino) teve a gentileza de contrariar a minha ideia inicial com aquela abordagem ao lance no mínimo estranha. Veremos nos próximos dois jogos quantos pontos fazem ambas as equipas. Sérvia 0 Gana 1. Os lutadores africanos levaram a melhor sobre os interessantes e mecanizados sérvios. Duas equipas lideradas por treinadores sérvios, duas equipas bem organizadas defensivamente. A Sérvia com mais qualidade individual e no passe curto e longo, o Gana com mais “ganas” nos duelos individuais e mais pressionante. Duas equipas interessantes que, por causa da Alemanha, uma vai regressar a casa mais cedo. Alemanha 4 Austrália 0. Uma Alemanha muito forte para uma Austrália muito fraca só podia dar goleada. Ver ao vivo Cabo Verde e pela televisão a Austrália, as diferenças colectivas não me parecem muitas e arrisco mesmo a dizer, que a nível de organização de jogo, Cabo Verde teve contra Portugal comportamentos posicionais que a Austrália foi incapaz de estabelecer contra a Alemanha. Para não variar, temos Alemanha para chatear!

REFERÊNCIAS:

1. Até agora, 406 mil 253 espectadores viram ao vivo os jogos do mundial. O jogo com maior assistência foi o inaugural (84.490), o de menor assistência o Argélia x Eslovénia (30.325).

domingo, 13 de junho de 2010

Depois do oitavo já se pensa no non(v)o!

A Associação Desportiva da Estação realizou no presente fim-de-semana a oitava edição do torneio internacional Diamantino Costa cidade da Covilhã para escolas e infantis – futebol de 7 e com todas as condições reunidas, o torneio decorreu de forma agradável, abrilhantado por jogos de enorme qualidade e por muito público nas bancadas do Complexo Desportivo da Covilhã. Depois da recepção às equipas na sexta-feira, e dos jogos de apuramento no Sábado, memorável momento de confraternização entre as delegações das comitivas presentes – para mais tarde recordar. No domingo, restabelecidos dos jogos de sábado, realizaram-se as finais e em escolas a equipa Football by Carlos Queiroz venceu na final o Colégio Guadalupe de Setúbal por 3-2. Em infantis, o FC Porto derrotou na final o Sporting CP por 4-1. De tenra idade, estes atletas demonstram um enorme respeito pelos princípios de jogo, ofensivo e defensivos, e identificam de uma forma assinalável os momentos de transição e de esquemas tácticos. Para quem se refere a atletas de 8 – 12 anos, é de facto muito prometedor. De assinalar a presença de João Vieira Pinto (ex atleta profissional de futebol, internacional por Portugal por 81 vezes, marcando 23 golos) no sábado e no domingo, do patrono do torneio, Yannick Djaló. Continua igual a si próprio. Mais famoso e conhecido, mais procurado por todos mas igualmente atencioso e sorridente para quem quer um autógrafo, uma fotografia, um cumprimento. Tê-lo entre nós é importante para nós mas sobretudo para todos os jovens atletas praticantes de futebol presentes no torneio. Nascido em Bissau a 5 de Maio de 1986, Yannick Djaló é de origem guineense e tem singelos 24 anos e recentemente casou-se com a menina que deu vida à “floribella” e que se dá pelo nome de Luciana Abreu.

Depois do oitavo torneio, já se pensa no nono. Nono e novo. Novo nas instalações desportivas a utilizar para a realização do torneio. Utilizar o complexo desportivo da Covilhã é motivo de satisfação, mas utilizar o complexo desportivo da associação desportiva da estação seria o concretizar de um enorme sonho! Acreditemos todos que a nona edição possa ser na nova casa, com condições de elite para receber todos os nossos convidados. A non(v)a edição! E porque falo de um sonho, permitam-me esta inconfidência: enquanto passava pelas bancadas e circundava o espaço envolvente, vê-se, sente-se e respira-se a grandiosidade da família da AD Estação. É mesmo muito grande. Em qualidade, quantidade, carácter e perseverança. Todos juntos, com o nosso humilde contributo, podemos ajudar este sonho a tornar-se real – o complexo desportiva da associação desportiva da estação. Este torneio revela (mais uma vez) que a instituição, pese embora a sua constante ascensão, merece muito mais e tem que alcançar muito mais. Querer todos queremos, mas temos mesmo que conseguir. E vamos conseguir! Dia após dia, jogo após jogo, dificuldade após dificuldade, resultado após resultado, não após não! Porque enquanto há vida há esperança e quando o homem (da ade) sonha, a obra (complexo desportivo) nasce!

Termino com um enorme bem-haja a todos os que contribuíram para a realização deste evento, desde patrocinadores a colaboradores, e porque não me quero esquecer de ninguém, não vou enumerar ninguém! Eles sabem quem são e o quão importante são!

REFERÊNCIAS:

1. Aproveito este espaço para fazer referência a uma enorme pessoa: José Félix Rabasquinho! Porque as homenagens devem ser feitas em vida e a quem merece, foi com enorme alegria que o vi presente entre nós na manhã de Domingo e me dirigi a ele. Foi com enorme orgulho e satisfação que o ouvi dizer o meu nome e lembrar-se de mim! Foi ele, quando eu era atleta infantil da AD Estação na longínqua época de 93/94, que aquando da marcação de uma grande penalidade me disse: és tu que vais marcar o penalti? Eu respondi que sim e ele perguntou rapidamente: e tu chegas com a bola à baliza? Eu fique de tal forma envergonhado que nem respondi. Quando ele apitou, corri para a bola e falhei! O remate saiu mesmo fraquinho e o guarda-redes do Cernache defendeu mesmo com enorme facilidade! José Félix Rabasquinho disse-me de imediato: eu bem te avisei!! A imagem de simpatia, boa disposição e constante alegria contagiante despertou a minha atenção e esta “estória” ficará para sempre na minha memória! A si, José Félix Rabasquinho, e à sua família, que a vida lhes traga tudo o que mais desejam: saúde para si e para os seus! E um enorme bem-haja pelo que deu ao associativismo!

O que é Internacional (também) é bom! (8ª edição)

A Associação Desportiva da Estação vai realizar pelo seu oitavo ano consecutivo o seu Torneio Internacional Diamantino Costa – cidade da Covilhã, em futebol de 7 para os escalões de Escolas e Infantis. Este evento desportivo que traz á nossa cidade, à nossa região e ao nosso distrito, jovens jogadores praticantes de futebol vai realizar-se já no próximo fim-de-semana, 4 e 5 de Junho, no local que por estes dias foi quamascote do torneio2 copyse o “santuário desportivo dos portugueses” – Complexo Desportivo da Covilhã. Para a oitava edição, a AD Estação convidou o Hergar FC de Salamanca, o Colégio Guadalupe de Setúbal, a Escola Football by Carlos Queiroz, o histórico Boavista FC, os “grandes” FC Porto, Sporting CP e SC Braga, e ainda os espanhóis do Atlético Madrid e os portugueses do SC Freamunde e do FC Paços de Ferreira. Ingredientes (leia-se equipas) suficientes para se poder confeccionar um bom prato (leia-se torneio). Estarão envolvidos cerca de 250 jovens praticantes de futebol de 7, num total de cerca de 400 pessoas envolvidas em todo o evento desportivo. E porque a “romaria humana” ao Complexo da Covilhã se tornou um hábito das últimas semanas, é importante que se mantenha por mais uns dias e que a curiosidade, o prazer pela modalidade e o gosto pelo futebol praticado pelos mais novos, faça deslocar ao Complexo Desportivo da Covilhã muitos pais e mães, encarregados de educação, familiares e amigos, num ambiente de festa desportiva salutar e de engrandecimento dos valores associados ao futebol – respeito e amizade.

Os jogos começam no Sábado, 5 de Junho, pelas 9h00 e prolongam-se até às 19h30 do mesmo dia, decorrendo neste dia os jogos da fase de grupos. No dia seguinte, 6 de Junho, disputam-se os jogos para apuramento final de classificação e disputam-se as finais do torneio de escolas e infantis, tudo isto entre as 9h00 e as 11h30.

Um evento desportivo importante onde se valoriza e promove a prática do futebol de 7 aos mais jovens, acompanhados das suas famílias. Apareçam por lá e tragam um amigo. A alegria daqueles jovens praticantes é contagiante. Até já!

REFERÊNCIAS:

1. Mourinho podia ter uma apresentação galáctica no estádio perante milhares de adeptos mas preferiu uma apresentação galáctica na sala de imprensa. Onde ele estiver, diga o que disser, faça o que fizer, agora será sempre galáctico. Mais do que o ser, é o que fazem querer…

2. Portugal e a Selecção. Após o treino com Cabo Verde, jogado de forma gradual, sem grande intensidade e agressividade, espera-se para hoje um “treininho” mais animado, mais “rijinho” e sobretudo, melhor jogado. Os Camarões vão exigir dos nossos maior intensidade com e sem bola, o que obrigará a aumentar os índices de concentração e só por isto, a qualidade será mais elevada. Porque ganhar é mesmo a melhor vitamina para a motivação e confiança, esperemos ganhar, de preferência jogando bem, bonito e organizados. “Só” no dia 15 de Junho, é fundamental e imprescindível que os nossos profissionais estejam na plenitude das suas capacidades, até lá, a aquisição de competências será gradual e hierarquizada. Depois, em velocidade cruzeiro ou velocidade supersónica, queremos é ganhar!

3. O estágio entre nós está a terminar. Chegaram, treinaram, jogaram, acenaram, agradeceram e vão partir para o “sonho africano”. Incontornável mediatização que esteve na Covilhã da qual esperamos que tudo não tenha sido mais que “show off”.

Vira o disco… e toca o mesmo!

A expressão que dá titulo ao artigo de hoje vem do tempo em que os discos eram pretos, se viravam, feitos de vinil e tinham dois lados, vulgarmente designados por Lado A e Lado B. Os discos eram colocados no gira-discos, um aparelho de construção mecânica composto por um prato, uma agulha e um botão onde se definia quantas rotações sobre si próprio deveria o prato cumprir durante um minuto. Tirava-se o disco da capa, colocava-se no prato, seleccionavam-se as rotações apropriadas, passava-se a agulha sobre o vinil e ouvia-se. Quando o Lado A chegava ao fim, virava-se e ouvia-se o Lado B. Se depois de virar o disco tocasse a mesma música, era extremamente desagradável, enfadonho, chato e o ouvinte sentia-se defraudado, no direito de reclamar. Daí ficou a expressão "vira o disco e toca o mesmo", que ainda hoje se aplica, sempre num sentido depreciativo.

Agora, nos dias que correm, a música é outra. Senão vejamos: antigamente, uma frase comum no futebol internacional dizia que o “futebol é onze contra onze e no fim ganha a Alemanha”. Nos últimos anos, esta frase deveria ser já muito diferente e deveria ser quase símbolo para classificar e adjectivar o percurso de um homem, rodeado por outros homens, que lidera muitos homens e sabe gerir tudo à volta desses homens. Actualmente, a frase referida atrás deveria dizer o seguinte: “no futebol são onze contra onze e no fim, ganha Mourinho!”. Neste aspecto, vira o disco e toca o mesmo. Sempre fiel aos seus princípios de jogo, o Inter jogou como bem sabe, oferecendo a bola aos pupilos de Van Gaal, controlando o jogo em detrimento da bola, e em transições ofensivas onde a referência foi sempre o militante guerreiro deste Inter, Diego Milito. O Bayern caiu na teia montada pelo Inter e Mourinho ganhou as 3 competições onde esteve envolvido. Enfim, mais do mesmo!

A NOSSA SELECÇÃO, apoiada por Covilhanenses e por quem visita a nossa cidade, gera um clima de euforia e emoção em seu redor de todo assinalável. As bandeiras estão a aumentar, as vuvuzelas ouvem-se em todo e qualquer lado, as camisolas e cachecóis já fazem parte do vestuário de cada um. E porque convém não esquecer, não gostava de ver repetida na Covilhã a história (triste e desagradável) que se viu em Coimbra, num jogo de preparação da Selecção. O treino de Domingo, com 4 mil pessoas, foi naturalmente curto para quem pensou que ia ver remates, cruzamentos, golos e grandes defesas. Mas atenção: Portugal treinou de manhã e porque foi à porta fechada, “acertou” a agulha para o jogo de ontem (2ª feira), e por isso, no treino da tarde antes do jogo com Cabo Verde, não se podia pedir mais a nível de treino, daí que os 40 minutos de futvólei tenham deixado muita gente “irritada”. Queiroz até podia ter realizado momentos de organização ofensiva sem oposição, rotinas, circulações ou até esquemas tácticos, mas com treino aberto e órgãos de comunicação social de todo o lado, o segredo é mesmo a alma “deste” negócio. E não esperem ter nos treinos abertos momentos de extrema concentração táctico-estratégica a nível da organização de jogo da selecção. Isso vai trabalhar-se “fechado”. Por isso, o desenrolar dos trabalhos da selecção vão ser “vira o disco e toca o mesmo”, no que diz respeito à abertura e/ou encerramento dos treinos. E já agora, não façam deste assunto, o “assunto”.

No futsal nacional, Alpendorada e Fundão obrigaram Sporting e Benfica a 3 jogos. Se o Alpendorada foi duplamente goleado, o Fundão, que em casa tinha perdido na “lotaria” das grandes penalidades, ganhou na Luz no Sábado e no Domingo, obrigou a 3º jogo a quem tinha dito que não apetecia trabalhar ao Domingo. Depois, foi o que já se sabe, porque a música para quem equipa de vermelho é sempre diferente da música para quem equipa de branco, e por isso, “virou o disco e tocou o mesmo”. Grande época da Desportiva do Fundão, que nada envergonha perder, em 3 jogos, o acesso à meia-final do campeonato, perdendo com o campeão europeu de clubes que esta época ainda não tinha perdido em casa.

No feminino, a AD Estação não alcançou os seus objectivos. Marcar, em dois jogos com a Golpilheira, 9 golos, deveria ser mais que suficiente para as vencer duas vezes, mas sofrer 12 (!), é inevitável não perder. A nossa organização defensiva meteu férias demasiado cedo, a nossa desconcentração esteve eficaz e o nosso rigor individual e colectivo foi inferior ao mínimo normal/habitual. As nossas capacidades não estiveram na sua plenitude. Resta, mais uma vez, ficar a ver de fora o desenrolar da taça nacional. E não deveria ser assim!!! Obrigado aos que nos apoiaram, aos muitos que nos ajudaram e a todos os que contribuíram para alimentar o objectivo a que nos propusemos.

REFERÊNCIAS:

1. Mourinho vai mesmo ser real em Madrid. E vai ser rei! Porque vira o disco…

2. Dei por mim a elaborar a conjugação verbal da crise financeira mundial: eu crise, tu crise, ele crise, nós crise, vós crise, eles crise. Saúde e cara alegre!