Actualmente, o mediatismo dos agentes envolvidos no desporto é cada vez maior e atinge por vezes proporções que não pensaríamos ser possível. A quantidade de órgãos de comunicação social, a diversidade dos mesmos e a constante procura de informação da população interessada no assunto “obriga” a que os intervenientes neste processo de comunicar sejam inovadores, exigentes, rigorosos e profissionais. Portugal tem 3 jornais diários desportivos, uma quantidade enorme de sites, blog’s e fóruns na Internet que além da notícia escrita acrescentam muitas vezes a notícia em áudio e em vídeo. Todos os dias, nas televisões e jornais o desporto é notícia. Não é resultado de nenhum estudo científico, mas certamente concordam comigo que no topo desta pirâmide está a relação Televisão/Futebol. E só na televisão, entre a “pública” e a “privada”, temos jogos em directo, jogos em diferido, jogos do passado, programas dedicados às antevisões das jornadas, programas dedicados para reflectir sobre os resultados da jornada, programas de análises no início, meio e fima da semana, fóruns, entre outros. Temos até, algo inédito em Portugal – a BenficaTV. Um canal (desportivo) único e exclusivo de um clube de futebol. Isto mais não signifca que a a dimensão que a informação tem nos nossos dias e o mediatismo que o desporto e o futebol tem em Portugal e no mundo.
No meu entender, esta dimensão (gigantesca) da comunicação é inevitável, tem tendência para aumentar, e é essencial que todos os que nela têm interferência – directa ou indirecta – estejam a cada dia que passa, melhor preparados para as suas intervenções.
Dirigo-me agora à classe desportiva (mais apetecível) alvo dos órgãos de comunicação social (de carácter mais desportivo) – Treinadores e Atletas. O que fazem, como o fazem, o que dizem e como o dizem, a expressão do/no momento, as suas reacções, tudo é notícia. Tenho a sensação que deveria ser motivo de preocupação e preparação, algumas das intervenções dos alvos referidos quando são objecto da comunicação social. Refiro-me de forma muito concreta e específica às conferências de imprensa de antevisão dos jogos e pós-jogos. Aceito que um atleta possa estar menos preparado para “enfrentar” os profissionais da comunicação e que não possua uma forma de comunicar eficiente que lhe permita ser coerente e claro nas suas declarações. Aceito isto também, se o momento da entrevista for de imediato ao término do jogo (flash-interviú). O que de todo não posso aceitar é um Treinador mal preparado na sua forma e conteúdo de comunicar perante uma televisão e/ou jornais, seja no dia anterior ao jogo, seja no flash-interviú, seja mais tarde na típica conferência de imprensa, supostamente mais calmos e tranquilos. Na próxima semana darei exemplos do nosso Futebol, onde, naturalmente, os mais visados são os grandes e os outros que jogam contra eles. Mas se cada um fizer uma filtragem do que ouve e realizar um transfer para a sua realidade e o seu contexto, muito temos a aprender e a melhorar.
REFERÊNCIAS:
- No Campeonato Nacional de Futsal/FutSagres, 16ª Jornada, 7ª vitória, 7º jogo consecutivo sem perder (15 pontos nos últimos 7 jogos), 2ª melhor defesa da competição e 26 pontos no total. A última derrota foi a 6 de Dezembro, em casa, com o Belenenses, na Jornada 9. Sábado, com o Instituto, fomos consistentes, organizados e eficientes na finalização e conquistámos mais 3 importantes pontos. A guerra ainda não acabou e o que já conquistámos ainda não é suficiente para a concretização dos nossos objectivos. A dedicação, o rigor, a exigência e a humildade continuam a aumentar!!
(Este artigo foi publicado no Jornal Tribuna Desportiva, na sua edição de 27 de Janeiro 09)