terça-feira, 14 de julho de 2009

jogo limpo SFF!!

Olá! Antes de mais, bom ano desportivo a todos (excepto aqueles que forem meus adversários. Como compreenderão, não posso desejar sucessos desportivos a quem lute pelos mesmos objectivos que eu. Não é antipatia e seria até hipocrisia), com muita saúde.

À alguns dias atrás, após uma breve consulta num sítio da internet, e antes mesmo dessa reportagem passar nas televisões, foi com enorme admiração e até repúdio que li algumas palavras de um ex-futebolista profissional. Fernando Mendes, defesa-esquerdo que passou, entre outros, por FC Porto, Sporting CP e SL Benfica, revelou alguns “segredos” (!) da sua carreira e de alguns balneários. O que a seguir vos mostro são citações retiradas do livro «Jogo Sujo», de Fernando Mendes e Luís Aguilar ( da editora Livros De Hoje, do Grupo Leya).

«Em determinado período da minha carreira cheguei a um clube que tinha uma grande equipa, um belíssimo treinador e um presidente carismático. Para além destas qualidades, existiram outros ingredientes que facilitaram o nosso percurso vitorioso. Devo dizer que antes de ir para este clube nunca tinha tido qualquer experiência com doping (pelo menos conscientemente)».

«Os incentivos para correr eram sempre apresentados pelo massagista. Passado pouco tempo de estar no clube (...) disse-me claramente que aquilo que ia dar-me era doping, embora nunca tivesse falado de eventuais efeitos secundários. (...) Com o passar do tempo assumi os riscos e tomei doping de todas as vezes que me foi dado. (...) Nunca vi um único colega insurgir-se perante essa situação».

«No meu tempo, o doping era tomado de duas formas: através de injecção ou por recurso a comprimido. Podia ser antes do jogo, no intervalo, ou com a partida a decorrer, no caso daqueles que saíam do banco (...) A injecção tinha efeito imediato, enquanto os comprimidos precisavam de ser tomados cerca de uma hora antes do jogo».

«Em alguns clubes onde joguei tomei coisas das quais nunca soube o nome».

«Cada jogador tomava uma dose personalizada, mediante o seu peso, condição física ou última vez que tinha ingerido a substância (...) Porém, nos jogos importantes era sempre certo (...) Quando se sabia que não iria haver controlo antidoping, nunca falhava».

«Lembro-me de um jogo das competições europeias contra uma equipa que tinha três campeões do mundo no seu plantel. Um deles era um poderoso avançado no jogo aéreo (...) Apanhei-o várias vezes no meu terreno de acção. Ele era um armário, com um tremendo poder de impulsão. Mas nesse dia eu saltei que nem um louco e ganhei-lhe quase todas as bolas de cabeça (...) O meu segredo: uma pequena vacina, do tamanho de meia unha, chamada Pervitin».

«Em certos treinos víamos um ou dois juniores que apareciam para treinar connosco. Esses juniores não estavam ali porque eram muito bons ou porque tinham de ganhar experiência. Estavam ali para servirem de cobaias a novas dosagens. Um elemento do corpo clínico dava cápsulas ou injecções com composições ilegais a miúdos dos juniores (...) Diziam-lhes que eram vitaminas e que a urina era para controlo interno».

«Se um jogo fosse ao domingo, o nosso médico sabia na sexta ou no sábado quais as partidas que iriam estar sob a tutela do controlo antidoping».

«Em determinada temporada (...) sou convocado para um encontro particular da Selecção Nacional. (...) Faço uma primeira parte fantástica, mas ao intervalo começo a sentir-me cansado e tenho medo de não aguentar o ritmo (...) O jogo realiza-se num estádio português (...) Estão lá um médico e um massagista de um clube onde jogo (...) No intervalo, peço a esse médico para me dar uma das suas injecções de doping. Saio do balneário da Selecção, sem que ninguém se aperceba, e entro numa salinha ao lado. É aí que me dão a injecção pedida por mim. Volto a frisar que ninguém da Selecção se apercebeu».

REFERÊNCIAS:

  1. Não é inédito mas merece destaque extremamente positivo. A época que vai iniciar (2009/10), vai iniciar a Liga Sagres com 16 treinadores portugueses no banco das 16 equipas participantes. Esta é, de facto, uma situação muito rara. Apenas em 2006/07 a Liga Portuguesa arrancou só com treinadores portugueses e isto porque Co Adriaanse abandonou o F.C. Porto na pré-época e foi rendido por Jesualdo Ferreira, que se preparava para comandar o Boavista.
  2. Estou curioso por ver o plantel do Real Madrid transformar-se numa boa equipa de futebol. Serei um seguidor atento de tantos milhões de euros juntos.

(Artigo publicado no Jornal Tribuna Desportiva, na sua edição de 7 de Julho de 2009)

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