Certamente, muitos de nós gostaríamos de saber, antecipadamente, o desenrolar dos acontecimentos num determinado jogo, numa determinada competição, ficando calma e tranquilamente a assistir ao jogo sabendo de antemão as suas “peripécias” e o seu resultado final. Reconhecemos também que isso faria desaparecer a emotividade, a incerteza, a emoção e a paixão pelo jogo.
Todos os envolvidos no fenómeno desportivo (e não só) já ouviram falar, e falam, em “stress”. Ouvimos, conversamos e até dizemos que o temos ou que não o temos, mas será que sabemos o que é e acima de tudo, como lidar com ele? Ansiedade, pressão ou medo de falhar podem ser associados a stress mas, são termos demasiado usuais nalgumas equipas, nalguns grupos de trabalho, nalguns discursos. Concentremo-nos naquilo que queremos! Não falemos em pressão, não falemos em ansiedade, não falemos em stress. Antes reconheçamos que tudo isto existe, está presente e que (não) vai desaparecer com o apito do árbitro. Temos que aprender a lidar com estas sensações e perceber que não devem/podem ser condicionadoras do nosso rendimento.
Entendamos stress como “aquilo que sentimos e a forma como reagimos a uma situação ameaçadora e incerta” (Jorge Silvério). Torna-se importante pois, primeiro que tudo, reconhecer quando estamos numa situação de stress. No fenómeno desportivo, a maior parte das ameaças (situações de stress) são resultados dos nossos pensamentos e existem apenas na nossa imaginação ou mente, por isso é importante ter a mente treinada, e sobretudo, “criar” na nossa imaginação e no nosso pensamento situações positivas e desejadas, mas reais. Quando se pensa “o que acontece se perder o jogo?” pensemos antes como será a vitória e a reacção de tudo o que nos envolve (atletas, clube, família, comunicação social). Preparem-se para aquilo que querem e não para aquilo que não querem, mas, não fiquemos obcecados com a vitória e saibamos reconhecer e aceitar todo e qualquer resultado. O stress pode ser negativo e prejudicar/condicionar o rendimento do atleta/treinador, mas também pode ser positivo e conduzi-lo a um melhor rendimento.
Uma das principais características de um jogo de futsal e de qualquer jogo desportivo colectivo é a incerteza do acontecimento. Não interessa o adversário, o contexto ou factores extrínsecos, pois nunca saberemos de antemão qual vai ser o resultado final e também não saberemos qual vai ser o nosso rendimento durante o jogo. É esta incerteza comportamental que aumenta o stress. Não sabemos o que vai acontecer mas podemos imaginar e sobretudo, planear e treinar o lado estratégico do jogo tendo em conta o nosso modelo de jogo e os seus argumentos para, daquilo que conhecemos do adversário o possamos vencer. O que na realidade vai acontecer, só no momento ficaremos a saber. É impossível eliminar este stress mas é possível lidar com ele de modo que a sua influência negativa seja a menor possível e “transformá-lo” em manifestação positiva. Podemos (e isso treina-se) reduzir o nível de stress originado pelos pensamentos que invadem a nossa mente, bem como regular esse nível.
É importante que cada um (o ser individual) seja capaz de identificar a forma como se manifesta o stress antes e durante o jogo (idas frequentes à casa de banho; boca seca; mãos transpiradas; respiração forte; aumento da frequência cardíaca). Cada indivíduo tem o seu nível de stress e é fundamental que ele o reconheça para que o seu índice de rendimento seja óptimo. Stress demasiado baixo (relaxamento mental, emocional e comportamental) pode ser prejudicial, assim como stress demasiado alto (sintomas de cansaço, dores de cabeça, dores de estômago, dificuldade em permanecer no mesmo lugar) também o pode ser. Precisamos assim encontrar o nosso “nível de stress óptimo” para que o nosso rendimento seja de qualidade superior não de vez em quando mas sempre.
REFERÊNCIAS:
1. Na meia-final da taça nacional de seniores femininos em futsal, a AD Fundão não foi o que nos habituou e nos dois jogos realizados, não foi suficientemente forte para vencer e derrotar o FC Vermoim. Quarta-feira no Fundão, o “zero zero” demonstrou que a organização defensiva se impôs à organização ofensiva. Sábado em Vermoim, o 4-1 ilustra quem menos errou defensiva e ofensivamente e esclarece a maior eficácia na finalização. Temos a sensação que podia ser muito diferente, mas não fomos suficientemente fortes, mesmo sabendo o que fazer, como fazer e quando fazer. Eliminadas e derrotas mas nem vencidas nem convencidas, aquele jogo e os momentos nele vividos não nos matam e por isso vão fazer-nos mais fortes! Prometo!
2. Chateia, aborrece e entristece saber o que fazer, como fazer e quando fazer e não conseguirmos. Chateia, aborrece e entristece saber que o nosso modelo de jogo/forma de jogar tem argumentos mais que suficientes para ultrapassar e contornar as adversidades e dificuldades provocadas pela equipa adversária e mesmo assim, não sermos capazes de as operacionalizar. Alegra-me e enche-me de orgulho saber e ter a consciência que a equipa sénior feminina da AD Fundão, apesar de derrotada e eliminada na meia-final da taça nacional, nunca ignorou as suas convicções. E durante estes dias, meses e dois anos que comigo trabalhou, demonstrou um carácter impressionante, uma competência invejável, uma coragem e ambição enorme e uma vontade insaciável de evoluir, vencendo, alimentando o sonho de conquistar aquele símbolo que vale mais que mil palavras. Depois destes dois anos, o possível é mais possível! Parabéns e Obrigado! Muito Obrigado!
(Este artigo foi publicado no Jornal Tribuna Desportiva, na sua edição de 16 de Junho de 2009)
Todos os envolvidos no fenómeno desportivo (e não só) já ouviram falar, e falam, em “stress”. Ouvimos, conversamos e até dizemos que o temos ou que não o temos, mas será que sabemos o que é e acima de tudo, como lidar com ele? Ansiedade, pressão ou medo de falhar podem ser associados a stress mas, são termos demasiado usuais nalgumas equipas, nalguns grupos de trabalho, nalguns discursos. Concentremo-nos naquilo que queremos! Não falemos em pressão, não falemos em ansiedade, não falemos em stress. Antes reconheçamos que tudo isto existe, está presente e que (não) vai desaparecer com o apito do árbitro. Temos que aprender a lidar com estas sensações e perceber que não devem/podem ser condicionadoras do nosso rendimento.
Entendamos stress como “aquilo que sentimos e a forma como reagimos a uma situação ameaçadora e incerta” (Jorge Silvério). Torna-se importante pois, primeiro que tudo, reconhecer quando estamos numa situação de stress. No fenómeno desportivo, a maior parte das ameaças (situações de stress) são resultados dos nossos pensamentos e existem apenas na nossa imaginação ou mente, por isso é importante ter a mente treinada, e sobretudo, “criar” na nossa imaginação e no nosso pensamento situações positivas e desejadas, mas reais. Quando se pensa “o que acontece se perder o jogo?” pensemos antes como será a vitória e a reacção de tudo o que nos envolve (atletas, clube, família, comunicação social). Preparem-se para aquilo que querem e não para aquilo que não querem, mas, não fiquemos obcecados com a vitória e saibamos reconhecer e aceitar todo e qualquer resultado. O stress pode ser negativo e prejudicar/condicionar o rendimento do atleta/treinador, mas também pode ser positivo e conduzi-lo a um melhor rendimento.
Uma das principais características de um jogo de futsal e de qualquer jogo desportivo colectivo é a incerteza do acontecimento. Não interessa o adversário, o contexto ou factores extrínsecos, pois nunca saberemos de antemão qual vai ser o resultado final e também não saberemos qual vai ser o nosso rendimento durante o jogo. É esta incerteza comportamental que aumenta o stress. Não sabemos o que vai acontecer mas podemos imaginar e sobretudo, planear e treinar o lado estratégico do jogo tendo em conta o nosso modelo de jogo e os seus argumentos para, daquilo que conhecemos do adversário o possamos vencer. O que na realidade vai acontecer, só no momento ficaremos a saber. É impossível eliminar este stress mas é possível lidar com ele de modo que a sua influência negativa seja a menor possível e “transformá-lo” em manifestação positiva. Podemos (e isso treina-se) reduzir o nível de stress originado pelos pensamentos que invadem a nossa mente, bem como regular esse nível.
É importante que cada um (o ser individual) seja capaz de identificar a forma como se manifesta o stress antes e durante o jogo (idas frequentes à casa de banho; boca seca; mãos transpiradas; respiração forte; aumento da frequência cardíaca). Cada indivíduo tem o seu nível de stress e é fundamental que ele o reconheça para que o seu índice de rendimento seja óptimo. Stress demasiado baixo (relaxamento mental, emocional e comportamental) pode ser prejudicial, assim como stress demasiado alto (sintomas de cansaço, dores de cabeça, dores de estômago, dificuldade em permanecer no mesmo lugar) também o pode ser. Precisamos assim encontrar o nosso “nível de stress óptimo” para que o nosso rendimento seja de qualidade superior não de vez em quando mas sempre.
REFERÊNCIAS:
1. Na meia-final da taça nacional de seniores femininos em futsal, a AD Fundão não foi o que nos habituou e nos dois jogos realizados, não foi suficientemente forte para vencer e derrotar o FC Vermoim. Quarta-feira no Fundão, o “zero zero” demonstrou que a organização defensiva se impôs à organização ofensiva. Sábado em Vermoim, o 4-1 ilustra quem menos errou defensiva e ofensivamente e esclarece a maior eficácia na finalização. Temos a sensação que podia ser muito diferente, mas não fomos suficientemente fortes, mesmo sabendo o que fazer, como fazer e quando fazer. Eliminadas e derrotas mas nem vencidas nem convencidas, aquele jogo e os momentos nele vividos não nos matam e por isso vão fazer-nos mais fortes! Prometo!
2. Chateia, aborrece e entristece saber o que fazer, como fazer e quando fazer e não conseguirmos. Chateia, aborrece e entristece saber que o nosso modelo de jogo/forma de jogar tem argumentos mais que suficientes para ultrapassar e contornar as adversidades e dificuldades provocadas pela equipa adversária e mesmo assim, não sermos capazes de as operacionalizar. Alegra-me e enche-me de orgulho saber e ter a consciência que a equipa sénior feminina da AD Fundão, apesar de derrotada e eliminada na meia-final da taça nacional, nunca ignorou as suas convicções. E durante estes dias, meses e dois anos que comigo trabalhou, demonstrou um carácter impressionante, uma competência invejável, uma coragem e ambição enorme e uma vontade insaciável de evoluir, vencendo, alimentando o sonho de conquistar aquele símbolo que vale mais que mil palavras. Depois destes dois anos, o possível é mais possível! Parabéns e Obrigado! Muito Obrigado!
(Este artigo foi publicado no Jornal Tribuna Desportiva, na sua edição de 16 de Junho de 2009)
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