Comemorou-se na passada semana, dia 16 de Outubro, o Dia Mundial da Alimentação. E porque essa é uma preocupação de todos e para todos, apresento-vos uns dados interessantes e que nos deviam levar a ter outros hábitos alimentares. Em Portugal, 29% das crianças entre os dois e os cinco anos têm excesso de peso e 12,5% são obesas. Esta é a conclusão do estudo da Plataforma Contra a Obesidade que compara este grupo etário ao dos adolescentes (11a15 anos). Estes números demonstram que os mais novos estão cada vez mais gordos e que a dieta deve começar logo no berço (com a devida racionalidade). O Estudo de Prevalência da Obesidade Infantil e dos Adolescentes em Portugal Continental é o primeiro a ser realizado a nível nacional para estimar a prevalência do excesso de peso (pré-obesidade) e da obesidade em crianças e adolescentes. Confirma este estudo uma tendência que os especialistas têm constatado na prática clínica: os problemas de obesidade começam com crianças cada vez mais novas. Isto significa que se não forem tomadas medidas teremos no futuro jovens e adultos muito mais obesos. A prevalência de crianças obesas dos 2 aos 5 anos é de 12,5%, mais 1,2% que no grupo dos 11 aos 15 anos. E a pré-obesidade afecta 29% deste grupo, mais 0,8% do que entre os adolescentes. Em ambos os grupos, as raparigas revelam maiores problemas de gordura que os rapazes. Há praticamente uma criança com excesso de peso em cada três no País (!), quando a média europeia é de uma em cinco. São dados preocupantes mas que com “compreensão alimentícia” podem e devem ser melhorados. Para os especialistas, o principal problema não está na alimentação das/nas refeições, mas sim os erros alimentares que se cometem entre refeições. Países onde se elogia a famosa dieta mediterrânica sofrem de números idênticos aos portugueses – Itália, Grécia e Espanha (a título de exemplo). O estudo foi realizado em Portugal Continental e encontram-se mais diferenças entre sexos do que entre as regiões. Há mais adolescentes obesas no Sul do país, enquanto que a prevalência é maior entre os rapazes que residem no Norte. Em relação aos mais novos, não é feita uma diferenciação de género, sendo que as maiores taxas registam-se no Norte e no Algarve. Outro indicador curioso e que pode suscitar coincidência é o facto dos adolescentes cujos pais têm menos que nove anos de escolaridade apresentarem tendencialmente as percentagens mais elevadas quer no excesso de peso quer no excesso de obesidade. No caso das crianças entre os 2 e os 5 anos, são sobretudo as que têm pais com menos de seis anos de ensino que apresentam maiores índices de obesidade. Entendemos assim ser fundamental e importante que a educação alimentar deve começar desde cedo e a partir do momento em que a criança e o adolescente (e também na idade adulta) tem a sua diversidade alimentar completa porque a disponibilidade de alimentos é muito maior actualmente e torna-se imperativo saber escolher. Torna-se assim importante, num nível mais desportivo, cuidar da alimentação dos nossos atletas antes e sobretudo pós-competição/treino. A preocupação não está centrada no aumento de peso ou na “obesidade desportiva” mas no bem-estar pessoal e “alimentício” para um melhor rendimento desportivo.
REFERÊNCIAS:
- Este estudo que hoje vos dei a conhecer foi publicado pelo jornal “Diário de Notícias”.
- No Domingo o Pavilhão do INATEL na Covilhã esteve muito digno de ser visto e “revisto”. Pavilhão quase cheio para o jogo de apresentação do Futsal Feminino da AD Estação. Bom jogo, bonito envolvimento e boas sensações. Assim o Futsal sai sempre vencedor.
(Este artigo foi publicado no Jornal Tribuna Desportiva, na sua edição de 20 de Outubro de 2009)
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