sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Variáveis (influentes e decisivas) do rendimento desportivo

Quando assistimos a um jogo de futsal, pela televisão ou em pleno pavilhão, o que mais prazer dá ao “olhar comum” são jogadas bem elaboradas, com rapidez, bons jogadores com desempenhos técnicos individuais acima da média e claro, golos de belo efeito ou no sentido inverso, defesas impossíveis após lances brilhantes do ataque. Todos aqueles momentos que nos fazem levantar do local onde estamos sentados são emotivos e é por eles que vemos o apreciamos o futsal. Todos os anos existe um crescimento e uma maior valorização da modalidade, e se o número de equipas não aumenta como todos gostaríamos, a mediatização essa tem aumentado e parece agora ter ganho o seu espaço no panorama desportivo nacional. Agora, depois desta fase de estagnação, esperamos de novo o aumento de mediatização para patamares superiores. Esse aumento de mediatização e de intervenientes no futsal trouxe benefício mas também exigências e responsabilidades que uns conseguem cumprir e que outros teimam em não compreender. É por isso natural que, entre amadores e profissionais (treinadores, atletas, dirigentes, entre outros) exista grande exigência ao nível do resultado desportivo e esse “detalhe” traga consigo sentimentos associados com interferência directa no resultado: ansiedade, confiança e concentração – e os seus antónimos – são os principais. Estas variáveis do rendimento desportivo estão mais associadas a processos psicológicos do que a processos tácticos rígidos, como sabemos. Durante o processo desportivo do treino e do jogo, os aspectos físicos e técnicos são cada vez mais semelhantes entre atletas e o que cada vez mais realça as diferenças existentes são as variáveis mentais/psicológicas de rendimento individual. Factores como o medo, insucesso, stress, ansiedade, confiança e concentração são decisivos e distinguem “o atleta” do “bom atleta”. A ansiedade preocupa devido à incerteza futura, considerando a tarefa a realizar (o jogo por exemplo) uma “ameaça” frequente que vai elevar os níveis de ansiedade individuais do indivíduo. Normalmente, níveis de ansiedade elevados estão associados a níveis de rendimento baixos, mas o inverso não é verdade: nível de ansiedade baixo não pressupõe nível de rendimento elevado. Facilmente percebemos que o ideal é um equilíbrio emocional para que os níveis de rendimento sejam óptimos. A par da ansiedade é importante perceber e conviver com a confiança. Por ser individual, vamos chamar-lhe autoconfiança. Este é um sentimento que desperta no atleta sensações positivas e comportamentos desejados de acordo com o pretendido e acarreta consigo a certeza de sucesso da execução da tarefa. Ao invés, a falta deste sentimento manifesta-se por expectativas negativas e dúvidas relativamente à execução da tarefa e esse sentimento tende a desencadear níveis de ansiedade elevados e consequentemente menor rendimento individual. Entendemos assim que a psicologia do desporto é actualmente uma variável do treino tantas vezes esquecida, desvalorizada e ignorada. Treinar de acordo com estas variáveis é hoje em dia essencial, fundamental e primordial. Intervenções psicológicas com o intuito de treinar as sensações mentais, controlando os níveis de ansiedade, melhorando a auto-estima, a autoconfiança e procurar um melhor rendimento desportivo é importante e decisivo ao nível do treino, do jogo e do envolvimento da modalidade/clube/família. Perceber, depreender, diagnosticar, interpretar e treinar, no treino e no jogo, os comportamentos psicológicos de um atleta é factor decisivo para tornar esse atleta “melhor atleta”.

REFERÊNCIAS:

  1. Quando olho para o futebol na Europa vejo um Inter que joga tão mal (mas ganha ou empata) que por vezes até esqueço que o treinador é Mourinho; um Real Madrid que naturalmente sente falta de quem mais desequilibra neste mundo futebolístico e um Atlético de Madrid que se jogar como o Benfica o ano passado (agora com Quique Flores), não vai ficar entre os 4 primeiros; um Chelsea forte que joga bonito e ganha, um Liverpool que joga bonito e ganha, joga mal e não ganha e não é constante, um Arsenal igual a outros anos – irregular nos resultados mas com princípios ofensivos/defensivos de referência e um Man United que ainda não estabilizou mas vai lutar até ao último minuto pelo título.
  2. Em Portugal, por enquanto, 3 equipas de referência, cada uma com os seus princípios: SL Benfica, FC Porto e SC Braga. Veremos com expectativa o desenvolvimento do próximo SC Braga x SL Benfica e o evoluir da equipa do “caloiro” do campeonato e “discípulo” de Mourinho, André Vilas Boas.

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