Quarta-feira, 27 de Maio de 2009, 19h45 – Roma, Itália. Barcelona – Man. United. Final da Liga dos Campeões, edição 2009. O jogo (de futebol) do ano! Será divino, encantador e sublime, ainda que pela televisão, poder assistir a um jogo que reúne, contempla e envolve tanta qualidade. Barcelona e Manchester têm tudo para se adaptarem e ajustarem naturalmente, sem necessidade de recorrer a estratégias próprias para este jogo. Acredito que na preparação para esta final, tanto Sir Alex como Guardiola terão preocupação essencial com a sua forma de jogar e os seus princípios pois eles vão conjugar-se na perfeição: o Barcelona, com a sua impressionante qualidade no passe assente numa capacidade inata e incrível em ter a bola. O Barcelona faz com ela e com os espaços o que entende ser necessário, em função do resultado e do posicionamento do adversário. Não joga longo, não “manda bola pró mato, mesmo o jogo sendo do campeonato” e joga curto, apoiado, com constantes “meiinhos” só ao alcance de enorme talento táctico posicional e inevitável superior capacidade de decisão. O Barcelona, em condições normais, tem a bola na sua posse cerca de 70 a 75% do tempo de jogo. É a identidade desta equipa. Quando defende sente-se desconfortável mas nunca se desorganiza pois conhece bem os espaços de jogo. É na fase defensiva e de transição defensiva que esta Barcelona revela a maior dificuldade, pois não o faz de forma inata e natural mas sim “obrigada”. A diferença para outras equipas é que o Barcelona, em posse, tem a transição defensiva bem protegida com um correcto basculamento posicional colectivo atrás da linha da bola. Percebemos assim que a identidade do Barcelona é ter a bola e com ela jogar, enganar e ganhar.
O Manchester tem na sua identidade uma excelente organização defensiva, assente numa “paciência britânica” em que mais importante que recuperar depressa a bola é recuperar bem e em condições favoráveis para a transição ofensiva que tanto lhes agrada. Característica inata dos seus jogadores, o Manchester é uma equipa que defende bem e organizada mas que quando recupera a bola chega a situações de finalização muito rapidamente, com poucos passes, quase nenhuma condução de bola e sempre em progressão, com atletas de qualidade superior na velocidade com e sem bola. A juntar a tudo isto, uma equipa adulta no jogo, que em situações de bola parada é muito perigosa.
Assim, antevejo um jogo perfeito, com duas equipas a jogarem nos seus modelos habituais, confortáveis no jogo e dentro do seu “habitat”, fazendo cada uma o que mais gosta e sabe fazer e por isso fazê-lo bem. Se não estiver incorrecto, veremos um Barcelona com muita posse de bola, desde Valdés a Messi, jogando curto, apoiado e com constantes trocas posicionais tentando desorganizar o organizado Manchester, zonalmente posicionado em bloco médio, esperando pacientemente pelo momento do pressing colectivo para o roubo de bola em condições favoráveis, não se importando nem valorizando o tempo de posse de bola do Barcelona. O Manchester vai tentar fazer prevalecer a máxima que “quantidade não é qualidade” e com menos posse de bola, antevejo grandes dificuldades para Valdés e a sua linha defensiva mais próxima. Um Barcelona em constante ataque organizado e posicional, um Manchester em constante organização defensiva paciente e um jogo que vai ser muito mais que um Messi x Cristiano Ronaldo.
REFERÊNCIAS:
1. A equipa sénior de futsal da AD Fundão conseguiu, no 2º jogo do play-off, “obrigar” a uma envolvência estranha e pressionante, com carácter intimidatório a alguns intervenientes, para que a decisão se levasse para terceiro jogo. Porque assim foi, a AD Fundão, mesmo no terceiro jogo, foi sempre uma equipa perto das meias-finais e por isso, a época termina de cabeça levantada, consciência tranquila, orgulhosos do trabalho desenvolvido e das ambições que conscientemente alimentámos e conquistámos. De dever cumprido, o merecido descanso. Parabéns e Obrigado aos que contribuíram para que tudo isto fosse possível!
2. Sábado, 30 de Maio de 2009, 16h00, Pavilhão Municipal do Fundão. AD Fundão – Golpilheira. 6ª e última jornada da 1ª fase da Taça Nacional de Séniores Femininos. Para a passagem às meias-finais da competição ser a realidade que conscientemente ambicionamos, sabemos o que temos que fazer, como fazer e quando fazer. Venha ver! Eram seis, falta uma!
(Artigo publicado no Jornal Tribuna Desportiva, na sua edição de 26 de Maio de 2009)
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