terça-feira, 15 de dezembro de 2009

“esmiuçando” os 4 grandes

Ponto primeiro: O SC Braga x SL Benfica foi até ao momento, o melhor jogo de futebol da Liga na presente época. Teve de tudo e até algumas coisas em excesso. Teve duas equipas organizadas, personalizadas, com determinação e um SC Braga impressionante ao nível da segurança do passe entre linhas do SL Benfica, uma gestão do tempo e resultado exemplar, um rendimento eficaz e eficiente nas partes fixas do jogo, quer ofensivas quer defensivas e porque é uma equipa que respira saúde, foi muito forte e consistente para um SL Benfica que não foi eficiente nas acções colectivas e foi pouco efectivo nas acções ofensivas de Aimar em progressão, Saviola no apoio frontal e Di Maria em drible, tanto por mérito do adversário como demérito do ataque. A título de exemplo, nunca Javi Garcia tinha sofrido tantas faltas como no Sábado na “pedreira”. Sinal que o SC Braga (e a estratégia de paciência de Domingos) entendeu onde parar o perigo do SL Benfica – após a recuperação, o 1º passe para a construção de acções colectivas ofensivas ou mais perigoso, o início da transição ofensiva. E porque o SC Braga que também se sente confortável em situação defensiva para depois aproveitar o desequilíbrio posicional do adversário na transição, após os 7 minutos percebeu-se o destino do jogo. O Braga foi fortíssimo em perceber o contexto da recuperação de bola: ou dava transição e a equipa progredia toda compacta (para impedir a transição ao Benfica se perdesse a bola), ou circulava e mantinha a posse da bola com a equipa a fazer campo grande em largura e profundidade, adoptando um ritmo conveniente ao tempo e resultado. Foi, na globalidade, uma equipa inteligente nos seus comportamentos, princípios e estratégia táctico-técnica adoptada. Ao SL Benfica restou-lhe ser o que o SC Braga deixou (como se costuma dizer), sentindo-se incapaz de impor a sua forma de jogar em plenitude. E quando aos 81 minutos (4 minutos após o 2-0) tira de uma só vez Aimar e Saviola, Jesus disse, para quem percebeu: agora já estou a pensar em Liverpool e no jogo com o Everton na próxima 5ª feira.

Bom jogo de futebol, com um SC Braga muito forte, com enorme qualidade individual e colectiva que a mim, já deixou de me surpreender.

Ponto segundo: Quando, ao intervalo do SC Braga x SL Benfica, se assiste a tantos actos próprios de um filme de terror que consegue ser comediante, fico com a sensação que as estações de televisão deviam começar a pensar em filmar os intervalos e abdicar das publicidades. É que os intervalos têm sido tão animados que provavelmente, e a continuar assim, vão ter mais audiência que algumas partes de um jogo de futebol propriamente dito. Todo aquele aparato e todos aqueles empurrões são despropositados e tornam o nosso futebol neste belo exemplo para os jovens praticantes do nosso país. Hilariante foi a saída das equipas para a 2ª parte, com a segurança privada do SC Braga a dividir o túnel de acesso ao relvado (!) para que os jogadores não se cruzassem. Que ridículo e desapropriado para quem, momentos seguintes, se vai enfrentar em contextos de cooperação e oposição num simples, mediático e mais importante que tudo – jogo de futebol da liga profissional de futebol de um país chamado Portugal.

Ponto terceiro: O Sporting CP continua mecânico e não joga bem nem bonito, denotando uma equipa apática, cabisbaixa, incapaz de inverter aspectos negativos do seu jogar individual e colectivo, sentindo-se uma descrença tão grande nas capacidades do plantel que nem uma vitória pode ser suficiente para alterar sentimentos. Na actualidade, o Sporting é uma equipa “normal” com atletas de qualidade que não conseguem gerir sentimentos adversos e não demonstram capacidades volitivas de superação para alterar comportamentos e sobretudo o rendimento. Apesar de tudo, verdade seja dita que no Domingo, não teve o mínimo de sorte para vencer o jogo. Mas a sorte, é estar preparado para a oportunidade quando ela aparece. E eles, neste momento, não estão…

Ponto quarto: O FC Porto desvalorizou o CF Belenenses e quando quis acordar para remediar tamanha passividade nas acções individuais já foi tarde, juntando-lhe ainda a normal ansiedade em marcar, que se mostrou inimiga da eficácia. Apesar do empate e de eu entender que Jesualdo deve ter-se preocupado mais com o Apoel que com o Belenenses (ao nível do processo de treino), não deixa de ser o campeão e para mim, ainda o principal candidato ao título, “apenas” porque está mais habituado que todos os outros a vencer de forma consistente, convivendo e gerindo bem a exigência da vitória e da capacidade para liderar um campeonato nacional de futebol profissional.

Sem comentários: