Para os amantes do desporto, quer seja rei ou rainha (futebol ou outro desporto que aprecie), este foi um fim-de-semana em cheio – um autêntico jackpot desportivo. No Sábado o derby de Lisboa, de Portugal, da Europa e do Mundo. Um Sporting CP – SL Benfica é sempre um jogo de emoções que transcende classificações, momentos colectivos e rendimentos globais. Este derby desde que começa até que termine tem uma história única e memorável e ficará, aconteça o que acontecer, para sempre na história. E por isso, desde o apito inicial até ao final, ninguém se lembrou de classificações ou de goleadas ou até de desânimos e trocas de treinador. Um derby é emotivo e por isso, mesmo que jogado, é pouco pensado. Mas este derby foi interessante porque teve um Sporting diferente. Mais que melhor ou pior, foi diferente. Carvalhal já tinha jogado com este Benfica e isso ajuda (e muito) a preparar ainda melhor o jogo. Mesmo sabendo que os recursos do Sporting nada têm de comparável com os recursos do Marítimo. O jogo mostrou-nos duas equipas mais preocupadas em impedir o adversário de impor o seu jogo que impor o seu próprio jogo. A nuance estratégica da troca posicional de Aimar e Ramires (retirando criatividade e imprevisibilidade ao jogo ofensivo no 1º passe e na condução de bola mas aumentando o espaço zonal defensivo para impedir superioridade posicional do Sporting na zona central, entre Moutinho e Liedson) é disso exemplo, e a colocação de Moutinho nos espaços de transição defensiva também (a saída do Benfica “batia” sempre no capitão que por isso, “perdeu” influência ofensiva sobretudo em “segundas” bolas). Nos detalhes este jogo foi bonito. O Sporting passou a defender zonal nos lances de bola parada. Num canto, mas ofensivo, criou uma enorme ocasião de golo, demonstrando “trabalho de casa”: bateu o canto curto e enquanto a zona do Benfica subia a última linha defensiva, realiza um cruzamento para o 2º poste, onde Polga, num movimento contrário ao dos defensores do Benfica, recebe orientado de peito e atira por cima. Outro detalhe revelador de “trabalho de casa”, mas do lado do Benfica foi o livre directo de Miguel Veloso à entrada da área: Javi Garcia, primeiro colocado atrás da barreira, quando Veloso parte para a bola dirige-se para o poste e caso a bola ultrapassa-se a barreira, ele “substituiria” Quim. Bom detalhe, ou não tivesse Veloso feito um grande golo em Belém contra os Pescadores. Jogo interessante, equilibrado, organizado, demasiado emotivo e pouco pensado mas de resultado justo.
Em Espanha, “partidazo”! Uma sinfonia de bom, bonito, pensado, organizado e bem interpretado futebol. O Barcelona parece que joga com 14 ou 15 jogadores tal a facilidade em posse da bola para a circular. A qualidade no jogo posicional, no passe e na recepção orientada, na simulação, na posse e na condução, na ruptura e na manutenção é tanta que torna-se quase impossível ser paciente e organizado para recuperar a posse da bola. O Barcelona “irrita” de tamanha qualidade na posse e no passe. Alguém notou que jogaram em inferioridade numérica 27 minutos? No Real Madrid há impressionante qualidade individual mas ainda não está “afinada” a máquina merengue. Káká é de facto impressionante. Admirável como em progressão ou em passe, tudo o que faz é de enormíssima qualidade. Casillas é fabuloso, Pepe, hoje, se não fosse internacional português era internacional brasileiro com toda a certeza e Xabi Alonso é um relógio suíço de uma equipa que quando “acerta as horas” é um encanto ver jogar. O nosso Ronaldo é, para mim, acima da média. Nos minutos que jogou deixou bem clara a sua qualidade e a sua influência na equipa, e juntamente com Káká e Higuaín, vão resolver muitos jogos. E no banco ainda estava Benzema. Duas grandes equipas, um bom jogo, onde o Real fez o óbvio: conceder o maior tempo de posse de bola ao Barcelona e ser organizado defensivamente e, no momento da recuperação (normalmente Lass) procurar a transição ofensiva com as referências atrás mencionadas: Xabi, Káká, Ronaldo e Higuaín. O Barcelona foi fiel à sua identidade e jogou curto, apoiado, em progressão e com um futebol posicional do melhor que se vê no mundo. Admirável, apreciável e espantoso jogo de futebol, que transcende emoções.
Em Inglaterra, o Chelsea foi ao Emirates Stadium do Arsenal vencer por “apenas” 3-0. Elucidativo da qualidade individual e colectiva que Ancelotti lidera.
Em Itália Quaresma voltou a jogar (!) e bem. O Inter jogou como à muito não se via e merecia ter goleado em vez de vencer “apenas” 1-0 uma boa Fiorentina. É líder e tem mais 7 pontos que Milan e 8 que Juventus.
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